terça-feira, 16 de setembro de 2014

As industrias, a estética e a produção



Há algo de esteticamente bem elaborado no bem estar brasileiro. Empregos, giro da economia e pleno uso de arte para aumentar sua produção industrial de bens de consumo. Mais especificamente, a percepção do capital em utilizar o ambiente calculadamente artístico e belo como válvula de escape às rotinas estrelantes dos funcionários.  Levemos em conta o exemplo das grandes fábricas de produtos alimentícios.

Em uma oportunidade de visitar estes lugares de produção, se percorrermos somente a área externa, terá a impressão de que é um excelente lugar para se trabalhar. Lagos, pinhais, eucaliptos, praças e jardins, que muitas das vezes abrigam animais silvestres, deixam a impressão de liberdade e que tudo é agradável naquele lugar. Esse é quase um clima de relaxamento. Mas não se gasta muito tempo em perceber que os funcionários não tem acesso, a não ser visual, a estes lugares. Os mesmos galpões de água fervente funcionam e armazenam estes indivíduos oito horas diariamente como nos velhos galpões das fábricas Matarazzo.

O governo numa tentativa de amenizar o controle quase escravo das indústrias, insere a obrigação de semanas de prevenção ao acidente. As fábricas revertem esta obrigação. Transformam em quase uma semana de lazer oferecida pela empresa a seus "colaboradores". Artistas são chamados a deixar tudo mais belo e divertido. Resultados são percebidos. O movimento no ambulatório diminui. O belo cumpre sua função. 

Em um frigorífico, a obviedade da técnica se mostra. As vacas e bois são colocadas em um corredor circular, para que não possa perceber onde estão e tranquilizá-las.  Assim fornecem uma carne melhor para o abate. Isso é uma prática corrente em toda fábrica.



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